segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ao meu caro amigo pedestre...

Calma, muita calma.
Tenha paciência, amigo de vias.
Saiba que têm muitos de nós, nós motoristas, que não respeitam você.
Olhe para os lados. Espere sinal verde. Não acredite que apenas um gesto vai parar um veículo em alta velocidade, o qual é dirigido por um motorista que não vê nem a faixa de pedestres (imprudente).

Hoje, eu estava parado dentro do meu carro. No cruzamento à minha frente, dezenas de carros e motos aceleravam com destinos desconhecidos. Em certo momento, cessou a passagem dos veículos. Um grupo de mulheres atravessou. A via voltou a ficar vazia, sem carros, sem pedestres. O farol estava verde aos automóveis. Uma mulher, jovem, uns 28 anos, acreditou que, naquele instante, no hiato entre os veículos, era a hora para ela ganhar alguns segundos e chegar, quem sabe, um minuto mais cedo no trabalho. Ela correu. Vinha uma moto. Ali, na Rua Vergueiro, a uns 60 km/h. Ela continuou correndo. O piloto, buzinando. Nem um, nem outro conseguiram fazer nada.
A porrada foi forte. Sorte dela, que não pegou em cheio, sorte do motoqueiro, também.
Os dois foram pro chão. Ele se levantou rapidamente, ela não. Ficou ali, estendida. Perdeu o dia de trabalho, a semana. Ele vai demorar a sair novamente de moto. Graças a Deus, os dois estão vivos.  
Mas, nem todos sobrevivem...

Desde que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) implantou o programa de respeito ao pedestre, parece que o pedestre parou de se respeitar. Acredita, agora, que é o rei da rua.
Existem milhões de motoristas que, também, acham que são os reis da rua.  
Ninguém está certo. 

Pode-se considerar o rei da rua - só para não perder a chance de usar o termo - aquele que respeita as leis. Aquele pedestre que atravessa na faixa, quando a sinalização lhe permite; aquele motorista que dá preferência ao pedestre na travessia sem farol; aquela pessoa que respeita o espaço do outro acima de tudo.
O trânsito mata. E mata mesmo. Mata principalmente em função da imprudência de motoristas e pedestres. E quem mata não esquece tão cedo do acontecido, e olha que nem precisa ter culpa.
Hoje, por exemplo, se a pedestre tivesse morrido, mesmo cheio de razão, o piloto iria passar boa parte do restante da vida lembrando "daquela vida"...
Pedestre e motoristas, não sejam prepotentes.

Sou motorista, mas sou pedestre. Conheço os dois lados. Respeito quando visto as duas camisas.

Pense nisso, e não se esqueça:
tem alguém lhe esperando em casa!

Um comentário:

  1. É verdade, Lucas. Quase todos os dias meu marido chega em casa reclamando de alguma violência que sofreu no trânsito. Xingam, berram, fazem acenos obscenos, etc.
    Há algum tempo atrás não existia este tipo de comportamento tão agressivo assim. E é crescente esta situação.
    Mas é importante também observar a nossa conduta. Desejamos paz no trânsito.

    Um abraço
    Liz

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