quinta-feira, 20 de outubro de 2011

(In) Justiça Brasileira

Fabiano Russi, 35 anos.
Condenado a 12 anos de prisão por tentativa de latrocínio
(roubo seguido de tentativa de assassinato).
De 2007 a 2011, ficou preso pelo crime - suposto crime, já explico o porquê.



Hoje, está solto. Foi absolvido da condenação.
Sabe por quê? Simplesmente porque ele não fez absolutamente NADA. Não cometeu crime algum.

Cronologia dos fatos...
Em 1998, foi levado à delegacia depois de uma confusão num estádio. A foto dele ficou no arquivo da PM.
Em 2001 - sim, três anos depois, uma senhora foi vítima de roubo e levou um tiro.
Em 2002, ela foi a uma delegacia - sim, um ano depois do crime e quatro anos depois do "fichamento" de Fabiano.
Não sabemos o porquê - acho que nem essa vítima sabe - de Fabiano ter sido  
"escolhido para ser criminoso".
Ele é mais cauteloso: "Creio ser geneticamente parecido com o bandido", desabafa, Fabiano.

O fato é: Fabiano se tornou apenas um dos milhares de homens vítimas de injustiça no Brasil. Ele contou que nas prisões pelas quais passou, conheceu dezenas de histórias parecidas com a dele.
Para registrar: ele só conseguiu a liberdade, porque enquanto esteve recluso, começou a estudar e, a próprio punho, mandou uma carta para o juiz. Daí em diante a sorte dele mudou... 
(conheci a história desse homem, hoje, ao editar um VT na Record)

E aí, temos uma Justiça ou InJustiça no Brasil?

Dados pra você:
Hoje, apenas no estado de São Paulo,
110 mil mandados de prisão parados! Desse total têm os que já prescreveram, há alguns mandados para uma mesma pessoa, fora os procurados que já morreram.
Para ser otimista - se é que há possibilidades para tal, digamos que tenham, pelo menos, uns 90 mil criminosos na rua.
Todos condenados, com pena estipulada e tudo o mais...


Enquanto eles seguem cometendo novos crimes, inocentes, pessoas de bem, civis, trabalhadores, pagadores de impostos, como eu, você e o Fabiano, correm riscos de caírem nos presídios superlotados que existem Brasil a fora.

Triste? Sim, mas uma realidade da, para este que vos escreve, 
injustiça brasileira.

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